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Ultradireita avança na França com 35% das intenções de votos

Pesquisa divulgada neste domingo (23), medindo as intenções de voto para as eleições gerais na França, no próximo dia 30, indica o avanço do partido de ultradireita RN (Reunião Nacional), que segue na preferência do eleitor e deve conquistar 35% dos votos para o pleito, que tem segundo turno definido para o dia 7 de julho.

Apesar de os números indicarem vitória do partido de Marine Le Pen, a ultradireita não deve conquistar maioria no parlamento, o que pode lhe custar não efetivar um primeiro-ministro.

Jordan Bardella, o nome escolhido para o cargo, adiantou que não vai atrás do posto se não tiver maioria na Assembleia Nacional.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Ipsos, pelo jornal Le Parisien e pela Rádio France, entre os dias 19 e 20, mostrando a aliança de esquerda Nova Frente Popular em segundo lugar, com 29,5% dos votos, e logo atrás, o grupo governista do centro, do presidente Emanuel Macron, com 19,5%.

Os números são totalmente opostos ao resultado das últimas eleições legislativas de junho de 2022, quando a coalizão de Macron venceu com 38% dos votos, seguido da aliança da esquerda com 31%. A ultradireita ficou com apenas 17% do eleitorado.

No último dia 13, os partidos de esquerda formaram a Nova Frente Popular.

As eleições foram convocadas por Macron, depois que a ultradireita venceu os governistas na eleição no Parlamento Europeu no último dia 9, medida que não afeta sua condição de presidente da França até 2027. Macron afirma que não renuncia ao cargo, qualquer seja o resultado.

Outra pesquisa do Instituto Ipsos, e publicada no Financial Times, indica que o eleitorado confia mais na ultradireita quando se trata de economia, com 25% confiando mais na RN para as decisões em questões de economia, em comparação com os 22% que acreditam na Frente Popular e apenas 20% que acreditam na aliança de Macron.

Um grupo de diplomatas publicou, neste domingo, um apelo no jornal Le Monde contra a vitória da ultradireita, alegando que sua vitória enfraqueceria a França e a Europa, e mencionaram o ex-presidente Jair Bolsonaro como exemplo a ser evitado, estendendo aos nomes de Viktor Órban, na Hungria e Donald Trump, nos Estados Unidos e até mesmo ao Reino Unido, depois do brexit.

O artigo alerta que, onde a ultradireita governa as consequências são graves, como a perda da influência internacional do Brasil com Bolsonaro.

“Nossos adversários entenderão uma vitória da ultradireita como um enfraquecimento da França e um convite para interferir em nossa política interna, para atacar a Europa, inclusive militarmente”, mencionando a Rússia, de Vladimir Putin e a Guerra da Ucrânia.

“Não podemos nos resignar a isso num momento em que a guerra está aqui na Europa e que o nacionalismo desfaz alianças e desconstrói sociedade”, acrescentaram.




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