Sob pressão para desistir de sua candidatura à Casa Branca, o presidente norte-americano, Joe Biden, em cerimônia da cúpula da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte), cometeu mais uma da série de gafes durante o seu governo.
Nesta quinta-feira (11), Biden se confundiu ao apresentar o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, chamando-o de Putin.
“E agora quero ceder a palavra ao presidente da Ucrânia, que tem tanta coragem quanto determinação. Senhoras e senhores, o presidente Putin”.
Afastando-se do microfone, a perceber a gafe, acrescentou: “Ele vai derrotar o presidente Putin. O presidente Zelensky”.
Dirigindo-se aos líderes da Otan, Zelensky pediu que eles eliminem todas as restrições aos ataques do seu país em território russo com aramas fornecidas pela aliança.
Se quisermos vencer, se quisermos prevalecer, se quisermos salvar nosso país e defendê-lo, devemos eliminar todas as restrições, disse Zelensky em coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.
Zelensky se referiu a diversos países da Otan que fazem restrições à utilização de armas ocidentais direcionadas à Rússia, o que impede que os ucranianos atinjam posições do exército russo, de onde lançam ataques contra cidades e infraestruturas ucranianas.
Alguns países da Otan temem uma escalada do conflito com a Rússia, como a Alemanha, por exemplo.
No entanto, Zelensky se mostra satisfeito com as medidas de ajuda militar ao seu país decididas pelos 32 membros da aliança. “São decisões muito importantes”, disse.
O presidente ucraniano não saiu de mãos vazias da reunião de cúpula.
A organização se comprometeu enviar aviões de combate F-16 de fabricação americana, além de novos sistemas de defesa aérea, mais o compromisso financeiro de 40 bilhões de euros (R$ 235.1 bilhões) em ajuda militar e o reconhecimento de que a Ucrânia está num caminho irreversível para se tornar membro da Otan.
Zelensky quer urgência no envio dos cinco sistemas de defesa aérea e lembrou do recente ataque russo no início da semana, que atingiu um hospital infantil em Kiev, matando 43 pessoas no país.
Zelensky não escondeu sua ansiedade em ver seu país ingressando na Otan, embora não tenha sido formalmente convidado.
“Estamos fazendo e continuaremos fazendo todo o possível para garantir que chegue o dia em que a Ucrânia seja convidada e se torne membro da Otan, e estou confiante de que conseguiremos”.
A Otan completa nestes 75 anos de sua formação e nesta cúpula, ficou evidente a preocupação dos presentes do apoio da China à Rússia no conflito da Ucrânia.
Em uma declaração não habitual, os líderes da Otan expressaram profundas preocupações com o apoio da China à Rússia, com fornecimento de equipamentos civis e militares de uso duplo, como microprocessadores, com os quais Moscou pode fabricar mísseis, bombas, aviões e armas. A Ucrânia foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.